Ex-gremistas Danrlei e Roger são alunos de gestão em futebol: o goleiro diz que não trabalharia no Inter, ao contrário do lateral
Um projeto ambicioso toma corpo no Beira-Rio: o clube prepara a criação de uma universidade própria, algo incomum no futebol brasileiro. Com um nome ainda provisório, a Universidade Corporativa Colorada (UCC) será destinada a princípio a formar a categoria de base do clube nas áreas administrativas, de fisioterapia, nutrição e preparação física. A iniciativa, porém, é aberta ao público.
Há duas semanas 140 alunos frequentam o 1º Curso de Extensão Universitária em Gestão no Futebol Profissional, ministrado no Gigantinho. Entre os alunos, estão os ex-gremistas Danrlei e Roger.
A partir de 2010, o Inter deverá oferecer cursos de atualização, extensão universitária e seminários para pessoas ligadas ao clube e outros interessados. Além de formar novos profissionais, que no futuro poderão ser contratados, a iniciativa começa a dar lucro.
O atual curso já rendeu R$ 100 mil. No projeto de reforma do complexo Beira-Rio estão previstas salas com capacidade para até 75 alunos, além de um auditório.
– Se eu puder tirar do rival o que ele tem de bom, melhor para mim. Apesar de estudar no Inter, tenho uma relação de amor com o Grêmio e não trabalharia aqui – garantiu Danrlei, 36 anos, goleiro que recém colocou suas mãos na calçada da Fama do Olímpico e ao mesmo tempo é dos pioneiros do curso de extensão no Beira-Rio.
Dois anos mais novo do que Danrlei, Roger também foi bem recebido na Avenida Padre Cacique. Ninguém o espinafrou em aula pelo fato de ser criado no Olímpico. Ao contrário do goleiro, porém, Roger admite trabalhar no Inter e já tem planos de realizar, na próxima temporada, um estágio de treinador com Tite. O técnico será professor de tática no curso de gestão, em novembro.
– Pela minha origem, meu futuro indicaria trabalhar no Grêmio, mas não vejo problemas em ser um profissional do Inter. No futebol, o trabalho do gestor é dinâmico – disse Roger.
A ideia do curso (e da universidade) surgiu da necessidade do gerente executivo de futebol do clube, Newton Drummond, o Chumbinho, de buscar cursos de atualização. Como hoje essas aulas são oferecidas somente em São Paulo (e custam caro), o dirigente procurou alternativas. Foi aí que surgiu o projeto próprio do Inter. Para isso, o clube aliou-se ao professor gaúcho Jorge Farias, diretor executivo da Universidade Gama Filho (RJ), responsável pela montagem do programa, e obteve a chancela do Instituto Porto Alegre (IPA) para reconhecimento do diploma junto ao Ministério da Educação.
– O curso de gestão é o embrião da nossa futura universidade. Queremos atualizar o mercado para buscar novos profissionais – explicou Chumbinho. – O Inter passará a ser referência também em cursos de extensão em diversas áreas do futebol.