24/03/2009 às 13:05
Uma parte importante do Programa Mulheres Mil teve início neste mês de março. São os treinamentos com os professores canadenses da instituição parceira do IFPB nesta empreitada que pretende capacitar trabalhadoras de baixa renda. Claude Levasseur e Helène Lebreux ficam até sexta-feira no Campus João Pessoa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba ministrando cursos para os professores e técnicos participantes do Programa direcionado a mulheres de comunidades ribeirinhas de Bayeux e que em todo o país pretende capacitar mil mulheres em dois anos.Nesta segunda-feira, a coordenadora do Mulheres Mil na Paraíba, Mônica Maria Montenegro, deu às boas-vindas aos professores do Canadá, país parceiro do Ministério da Educação no Programa desenvolvido em 13 Estados brasileiros. Hélène Lebreux vem do Cégep de la Gaspésie et des Ilês e vai abordar em suas aulas o ARAP – Avaliação e Reconhecimento da Aprendizagem Prévia.Claude Levasseur é da École des Pêches et de l’Aquaculture à Grande-Rivière e em seu curso traz para os professores a importância do Portfólio para validação da aprendizagem experimental.É a primeira vez que Claude visita o Brasil, mas já esteve desenvolvendo esta técnica na Tunísia, Senegal e Mauritânia. O Portfólio costuma ser usado na educação para fazer uma reflexão crítica sobre o processo acadêmico, coletando o desenvolvimento dos trabalhos realizados. Também é importante para os trabalhadores atendidos em projetos educacionais, sendo uma forma de destacarem suas habilidades não-formais.“É uma nova estratégia que permite estes estudantes fazerem algo com o que já aprenderam em seus trabalhos. Temos que ver que as aulas precisam ser mais práticas e os professores mais motivados. Desde a década de 80, viemos trabalhando nisso e nos últimos dez anos estamos tendo resultado. É um desafio e os professores podem testar isso em um curso experimental, pois não se vê o resultado de um dia para o outro”, destacou Claude.Hélène atua como conselheira educacional no reconhecimento das competências adquiridas, uma forma que o Canadá encontrou de aliar o ensino à inclusão no mundo do trabalho. Segundo Hélène, o desafio para os professores que lidam com o público que não teve acesso ao ensino formal é poder desenvolver nestes alunos o aprendizado. “É preciso explicar como podemos conhecer. Um aluno pode não ler bem, nem escrever, mas ter competência para fazer artesanato. É preciso desenvolver esta habilidade. O professor precisa aprender a ensinar de outro modo, partilhar”, comentou. Hélène destacou que estava muito feliz em conhecer a equipe que desenvolve o projeto de inclusão social e educacional.Até sexta-feira, os professores devem visitar as comunidades São Lourenço e Casa Branca onde vivem as mulheres atendidas pelo Programa na cidade de Bayeux. No dia 3 de abril, será realizada uma cerimônia alusiva a conclusão de mais uma etapa na aprendizagem das 60 mulheres que compõem o projeto local. Uma das intenções é estender o programa para outras cidades como Cabedelo.As aulas enfocam o cuidado com o meio ambiente já que as mulheres trabalham no mangue e no rio que corta a cidade, na cata do marisco, principalmente. Muitas estão sendo alfabetizadas através do projeto, que enfoca cuidados com a saúde, aulas do ensino formal de geografia, história, biologia e matemática, além de abordagens que incentivam a conquista da cidadania. Uma visão futura do Programa é o engajamento em programas de cooperativismo para aumento da renda e geração de mais emprego.Fonte: http://www.paraiba.com.br