Olá amigos leitores do meu site. Estava lendo um artigo no blog da empresa de tecnologia CommLab India sobre a controvérsia acerca dos estilos de aprendizagem (alguns autores defendem que somos guiados por estilos de aprendizagem, notadamente a tríade auditivo, visual e cinestésico, enquanto outros defendem que todos nós utilizamos os 3 estilos, cada qual de acordo com a necessidade do momento), quando uma citação do autor, Aruna Vayuvegula, me chamou a atenção:
“Se você me perguntar se eu sou aprendiz visual, auditivo ou cinestésico eu não seria capaz de dizer.”
Aruna conta que iniciou um MOOC (Massive Open Online Course) no Coursera no início da primavera, um curso diretamente relacionado ao seu trabalho e portanto ele estava muito motivado para concluir o curso, o que o ajudou a organizar seu tempo e conseguir alocar 10 minutos a cada noite para assistir os vídeos e completar as tarefas durante os fins de semana. Nos dias que ele não podia assistir os vídeos, ele aumentava o volume do pc e ouvia o áudio enquanto preparava o jantar na cozinha. Como resultado final, Aruna completou todas as tarefas, as análises comparativas e quizzes em tempo e conseguiu chegar ao final do curso. Tempos depois, Aruna iniciou outro curso cujo assunto parecia interessante, mas que não despertava em si o senso de urgência nem mexia com sua motivação de forma tão forte. O resultado foi a procrastinação das tarefas e o abandono de alguns vídeos mais longos.
De sua experiência, Aruna tirou boas lições. Enquanto ele reconhece as diferenças na forma como os indivíduos aprendem, ele encontrou outros fatores de maior importância, à saber,
A motivação individual
O conhecimento prévio do assunto
Sua capacidade de aprender a aprender
Por vezes, durante a elaboração de um programa de capacitação, tomamos grande cuidado em trabalhar o conteúdo de forma à impactar os 3 estilos de aprendizagem, utilizando vídeos, áudio, textos, exercícios, dinâmicas e tudo mais que possa “sacudir” o cérebro dos participantes e tornar a aprendizagem mais eficiente, porém nem sempre temos a certeza de que a motivação individual estará presente em cada um dos participantes. Acredito que boa parte de nós, facilitadores, já nos deparamos com plateias que não faziam ideia do motivo de estarem ali, que vinham os treinamentos com baixas expectativas, descrentes dos resultados pós sala de aula. Sem um grande esforço de “venda” do programa de capacitação, informando, motivando, criando expectativas, pouco importa o estilo dominante de cada aprendiz, a fagulha que acende o fogo da curiosidade não estará presente. Aruna não faria o esforço de ouvir suas aulas enquanto preparava o jantar se não estivesse bastante motivado à aprender.
Trabalhe com parceiros que o ajudem a disseminar os benefícios de seu programa de capacitação, você verá que sua platéia estará mais aberta à receber sua mensagem e que toda preocupação com os estilos de aprendizagem fará mais sentido.
Uma excelente semana à todos